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Depressão acelera o envelhecimento do cérebro

Psicólogos da Universidade de Sussex descobriram uma relação entre depressão e a aceleração do envelhecimento do cérebro. Embora cientistas anteriormente reportaram que pessoas com depressão ou ansiedade tem um risco aumentado de desenvolver demência na idade mais avançada, este é o primeiro estudo que provê evidências do efeito da depressão no declínio do funcionamento cognitivo geral (também mencionado estado cognitivo) na população geral.

Para o estudo, publicado em maio de 2018, no jornal Psychological Medicine, pesquisadores conduziram um revisão sistemática robusta de 34 estudos longitudinais, com o foco na relação entre depressão ou ansiedade e o declínio na função cognitiva no decorrer do tempo. Evidências de mais de 71000 participantes foram combinadas e revisadas incluindo pessoas que apresentavam sintomas de depressão bem como com aquelas diagnosticadas como clinicamente deprimidas, o estudo teve foco na proporção do declínio do estado cognitivo geral abrangendo perda de memória, funções executivas (como tomadas de decisão) e velocidade de processamento de informações em adultos mais velhos.

Participantes que foram diagnosticados com demência no começo do estudo foram excluídos da análise. Isto foi feito para compreender de forma mais abrangente o impacto do envelhecimento cognitivo da população geral. O estudo descobriu que pessoas com depressão experimentaram um grande declínio no estado cognitivo na idade adulta mais avançada do que aqueles sem depressão. Como existe um longo período pré-clínico de várias décadas antes da demência poder ser diagnosticada, as descobertas são importantes para intervenções anteriores pois atualmente não existe cura para essa doença.

Autores líderes deste estudo, Dr Daya Gaysina e Amber John do laboratório EDGE (Environment, Development, Genetics and Epigenetics in Psychology and Psychiatry) da Universidade de Sussex, manifestam a importância de grande conscientização da importância da assistência a saúde mental para proteger o cérebro na idade mais avançada. 

Dr Gaysina, professor de psicologia e líder do laboratório EDGE, comenta: “Este estudo é de grande importância, nossa população está envelhecendo em uma velocidade rápida e o número de pessoas vivendo com uma diminuição das habilidades cognitivas e demência é esperado crescer substancialmente no decorrer dos próximos trinta anos.

“Nossas descobertas deveriam dar aos nossos governantes razões ainda maiores para levar a sério assuntos relacionados à saúde mental e assegurar que providências sejam tomadas. Nós temos que proteger o bem estar mental dos nossos adultos mais velhos e providenciar um serviço de suporte robusto para aqueles que experimentam depressão e ansiedade para proteger as funções do cérebro na idade avançada”.

Pesquisador Amber John, que fez esta pesquisa para seu doutorado na Universidade de Sussex comenta: “Depressão é um problema de saúde mental comum. Todo ano, no mínimo uma a cada cinco pessoas no Reino Unido experimentam os sintomas. Porém, pessoas que vivem com depressão não devem se desesperar. Não é inevitável que você verá um grande declínio nas habilidades cognitivas e tomando medidas preventivas como exercícios físicos, praticando mindfulness (meditação) e realizando tratamentos terapêuticos como a Terapia Cognitivo Comportamental, todas estas práticas mostraram auxiliar no bem estar, que irão ajudar a proteger a saúde cognitiva na idade avançada.”

Fonte: Science Daily