Entre as queixas frequentes da consulta inicial estão as relacionadas ao estresse no ambiente de trabalho.
Colaborar em uma organização é positivo e pode trazer imensas experiências de satisfação pessoal. Supre a necessidade de vida e conduz ao crescimento e desenvolvimento de habilidades pessoais. Uma organização que funciona de forma a valorizar e respeitar seus colaboradores certamente possui em sua diretoria pessoas com características de personalidade saudáveis e forma um sistema de gerenciamento baseadas em ideais nobres e de boa qualidade. Exigente sim, mas humana.
Porém, nem todas funcionam desta forma e acabam sendo conduzidas de forma a reforçar comportamentos e sentimentos difíceis em seus colaboradores, o que acaba gerando um clima organizacional tenso. As vezes até um verdadeiro campo de batalha.
Não existe dúvida em relação a satisfação que as metas atingidas proporcionam, pois ganhos materiais e psicológicos ativam intensamente a área de prazer do cérebro. Porém, quando as metas estão arrojadas demais o grau de exigência pessoal e interpessoal fica exacerbado.
Como nem tudo depende só de uma pessoa e em algum momento virá o cansaço, as frustrações são inevitáveis e podem ativar emoções difíceis como o medo. Em um grau extremo o medo pode ativar o pensamento de ser demitido, e daí o pensamento de comprometer sua situação financeira, e uma série de outros pensamentos negativos, que podem a conduzir a uma situação de pânico e burnout.
Algumas chefias com características mais perversas acabam usando estratégias de exposição ao medo por parte dos liderados como uma forma de controle, podem provocar medo para aplicar o alívio quando bem entenderem, pois tem esse poder.
Tirar o medo é uma forma extremamente poderosa de modelar o comportamento. Quando o colaborador está inserido neste ambiente existe grande probabilidade de serem ativados pensamentos e crenças negativas em relação a sua auto estima.
Do medo é comum a raiva, que é difícil de lidar. É uma emoção muito poderosa que atrapalha a qualidade do raciocínio lógico pois tende ao alívio imediato pela descarga instantânea.
O problema da descarga imediata é que prejudica a qualidade da resposta, reforça a sensibilidade à raiva e aumenta a frequência de respostas impulsivas.
A competitividade é outro fator de estresse no ambiente organizacional. Quando ela é muito intensa a qualidade dos relacionamentos acaba prejudicada. Mais uma vez a raiva pode se fazer presente muito facilmente.
A inveja é outro sentimento difícil de lidar e muitos profissionais não sabem lidar adequadamente. Pode ser ativada pela conduta do colega que teve mais sucesso em um empreendimento, pode ser frequente porque a pessoa tem a crença de que precisa ganhar sempre, pode ser em função da crença de que é superior aos outros, ou à inversa, relacionada a inferioridade.
Nestas situações o objetivo da psicoterapia é treinar a pessoa para lidar bem com as emoções difíceis. Identificar pensamentos distorcidos e ajustar sua conduta em conformidade às suas metas pessoais de longo prazo. Lembrar que existem outras coisas ao redor de sua vida que também são importantes.
A psicoterapia irá proporcionar um melhor conhecimento de si mesmo e das pessoas as quais convive. Irá identificar com mais precisão condutas condicionadas. Irá reconhecer personalidades. Fará com que não se afete tanto com o comportamento dos outros. De forma geral, permite que as rédeas da vida estejam mais nas suas mãos do que na dos outros.